Os 14 Princípios e funções de Fayol

INTRODUÇÃO

A chamada Teoria Clássica da administração surge na França em 1916 com Henri Fayol, e espalha-se pela Europa. Fayol era engenheiro e se baseava em princípios e técnicas para o seu trabalho. Enquanto Taylor desenvolvia a Administração Científica, com ênfase nas tarefas, no operário em si, Fayol desenvolvia a Teoria Clássica que se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente.

As duas teorias tinham como principal objetivo buscar a eficiência das organizações.

FAYOL (HENRI 1841 – 1925)
Fayol, fundador da Teoria Clássica , nasceu Constantinopla e faleceu em Paris , vivendo assim as conseqüências da Revolução Industrial e da I Guerra Mundial. Formado em engenharia aos 19 anos, entrou para uma empresa metalúrgica e carbonífera, foi promovido a gerente aos 25 anos e mais tarde Diretor Geral com 47 anos, se aposentou em 1918, durante esse período salvou sua industria da falência.

Fayol coloca sua Teoria da Administração no livro Administration Industrielle et Générale , publicado em 1916. Nos últimos anos de sua vida, Fayol voltou-se para a administração pública, estudando os problemas dos serviços públicos e lecionando na Escola Superior de Guerra de Paris.

SEIS FUNÇÕES ESSENCIAIS DA EMPRESA
Fayol parte da proposição de que toda empresa pode ser dividida em seis grupos de funções. Ele via a organização como um corpo (“corpo empresarial”) e as atividades deste eram divididas em seis funções:

1.    Técnicas, relacionadas com a produção de bens e serviços da empresa.
2.    Comerciais, relacionadas com a compra venda e permutação / troca.
3.    Financeiras, relacionadas com a procura e gerência de capitais.
4.    De segurança, relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas.
5.    Contábeis, relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas.
6.    Administrativas, relacionadas com as outras cinco funções integradas, pairando acima delas.

FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
Fayol definiu elementos da Administração, ou funções do administrador:

•    Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação.
•    Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa.
•    Comandar: dirigir e orientar o pessoal.
•    Coordenar: ligar, unir harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos.
•    Controlar: verificar que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as ordens dadas.

Estes são elementos que devem existir em qualquer trabalho, nível ou área de atividade de uma empresa. Tanto o diretor, gerente, chefe, supervisor…desempenham essas atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais.

PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO SEGUNDO FAYOL
Fayol refletiu sobre sua experiência como gerente e identificou várias técnicas administrativas que havia aplicado e que, haviam enriquecido o corpo organizacional ou tinham-no ajudado a funcionar. Apesar dos receios de que pudesse ser mal interpretado (e foi), dado que se poderia pensar que estivesse propondo leis universais ao chamar de princípios a esses procedimentos, Fayol propôs quatorze deles:

1.    Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência.
2.    Autoridade e responsabilidade: autoridade e o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa ter o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.
3.    Disciplina: depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito às normas estabelecidas.
4.    Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única.
5.    Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo.
6.    Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: os interesses gerais devem sobrepor-se aos interesses particulares.
7.    Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição.
8.    Centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização
9.    Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo.
10.    Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.
11.    Equidade (reconhecer o direito de cada um): amabilidade e justiça para alcançar lealdade do pessoal.
12.    Estabilidade do pessoal: a rotatividade das pessoas tem um impacto negativo sobre a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer num cargo, tanto melhor.
13.    Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso.
14.    Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas são as forças da organização.

Tais princípios são maleáveis e adaptam-se a qualquer circunstância, tempo ou lugar. Por isso são chamados de princípios gerais ou universais que o administrador deveria seguir na sua atividade e passaram a ser questões de muita importância.

Abordagem Simplificada da Organização Formal
Os autores clássicos tinham a convicção que a empresa que dotasse os princípios gerais de administração, como a divisão de trabalho, a especialização, a unidade de comando e a amplitude de controle, poderia obter uma organização formal capaz de render-lhe a máxima eficiência possível. Essa posição torna-se discutível, uma vez que uma empresa possui uma atividade organizacional muito mais ampla. Toda teoria clássica é baseada em termos abstratos e frios, esquecendo-se da parte social e psicológica da mesma. Essa prática foi considerada simplória para os críticos.

Em suma a função administrativa não se concentra apenas no topo da empresa, mas é distribuída proporcionalmente em todos os níveis hierárquicos. Na medida em que se desce na escala hierárquica mais aumenta a proporção das outras funções da empresa, à medida que se sobe na escala hierárquica , mais aumenta a extensão e o volume das funções administrativas.